Foto: https://www.scottishpoetrylibrary.org.uk/poet/richard-price/
RICHARD PRICE
( ESCÓCIA )
Richard Price é reconhecido como uma voz crítica da sua geração, um poeta que se move confortavelmente entre a prosa, o lirismo e a vanguarda como uma figura influente no movimento literário que ele próprio denominou “poesia informacionista”. Além disso, escreveu ficção, colaborou com escultores, artistas digitais, fotógrafos e músicos.
Nascido em 1966, ele cresceu em Renfrewshire e começou a escrever poesia aos 14 anos. Depois de deixar a escola, formou-se jornalista no Napier College, em Edimburgo, antes de se formar em Inglês e Biblioteconomia na Universidade de Strathclyde. No ano em que se formou, Price ficou em primeiro lugar em cada disciplina e ganhou o prêmio conjunto de redação criativa da Universidade de Glasgow.
- Atualmente vive em Londres e trabalha na British Library.
RÉBUS 4. Concepção, traduções e projeto editorial: Thais Medeiros. Projeto gráfico: Ícaro dos Santos. Imagem da capa: Ícaro Lira. [Sem mais dados bibliográficos.]
Exemplar: biblioteca de Antonio Miranda
Tradução de VIRNA TEIXEIRA:
ILHA INACESSÍVEL
Eu estou na ilha hoje.
Você não pode vir porque e caro para nós dois.
Você não pode vir porque tem que terminar o contrato
Veromuro Você não pode vir porque é o século de
[comprar esposas na ilha de oferta.
Você não pode vir porque é o século de vender
[esposas na ilha de oferta.
Você diz que sou um “travesti” — que eu também, que
[eu, também, tenho o meu preço; x é mais provavelmente y.
Equações complexas são evasivas na sua língua — você as
sibila, você as murmura, você beija como se, você beija
como se não quisesse saber o que sabemos. Você especifica
tudo.
Seus segredos são secretos.
Você sabe que eu sempre
fico comigo mesmo
durante uma travessia
*
Eu estou na ilha hoje.
Você não pode vi porque não permitem cadeiras de rodas —
em qualquer dia com a palavra “feira”.
Inglês é a língua do direito internacional.
*
Eu estou na ilha hoje.
Você não pode vir porque isso seria turismo.
Você não pode vir porque sinto demais a sua falta.
(Eles não me permitirão vendar saudade:
as máquinas distribuem apenas os papéis em doces,
certidões de nascimento, promissórias —
tudo com dentes trincados.)
Eu estou na ilha hoje.
Há um pássaro aqui que não voa.
Ele forageia como um rato velho, como um homem idoso,
como uma mulher idosa.
Ele forageia como um rato velho, com um homem jovem ou
uma mulher jovem.
Todos mastigando chiclete para se concentrar.
Ele usa um casaco pesado feito de antigas penas negras
Elas estão costurados mas você não vê a linha.
Nós somos feios e nós somos perfeitos.
Eu estou na ilha hoje.
Venha tão rápido, tão rápido,
tão rápido quanto —
*
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Página publicada em abril de 2024
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